"Pela sua experiência clinica, qual fator pesa mais como determinante do quadro: hereditário ou social?"
Ao se falar em "fatores etiológicos" (determinantes), melhor referir-se a "predisposição hereditária" mais "favorecimento ambiental"; essa, então seria a
EQUAÇÃO ETIOLÓGICA DA DEPRESSÃO: Na minha experiência clínica, pois, considero fundamental a intervenção nos dois níveis, sendo que deve haver muito rigor na escolha da medicação, devido às idiossincrasias (reações personalizadas ou individuais)
À nível social inclui a anamnese (história de vida ou biografia), mais o modus vivendis. Essa tarefa é bastante árdua porque implica em fazer duas investigações paralelas: o quanto de predisposição orgânica o indivíduo traz em sua constituição e os episódios possivelmente traumáticos de sua trajetória, que tenham deflagrado, ou desdobrado o que já estava, de certa forma, em potencial.
O exemplo mais corriqueiro para que se entenda o peso de cada um desses fatores, é o fato de alguns indivíduos sofrerem grandes perdas, verdadeiras tragédias em suas vidas e acharem defesas para não sucumbir; seu arsenal de defesas permite que ele não venha a adoecer, não raro, sublimando o sofrimento, ou seja canalizando a frustração e dor para dedicar-se à causas verdadeiramente altruistas. Em contrapartida, outros indivíduos, por motivos objetivamente menos traumáticos, como por exemplo a perda de um posto no trabalho, desenvolvem um quadro depressivo avassalador. Dir-se-ia, pois, que no primeiro caso havia uma predisposição constitucional maior e um repertório farto de mecanismos defensivos, logo um potencial de saúde. No segundo caso, predisposição genética frágil aliada a uma história de vida com
maiores eventos traumáticos e adversidades tais, que não propiciaram a sedimentação de mecanismos adaptadores.
O exemplo mais corriqueiro para que se entenda o peso de cada um desses fatores, é o fato de alguns indivíduos sofrerem grandes perdas, verdadeiras tragédias em suas vidas e acharem defesas para não sucumbir; seu arsenal de defesas permite que ele não venha a adoecer, não raro, sublimando o sofrimento, ou seja canalizando a frustração e dor para dedicar-se à causas verdadeiramente altruistas. Em contrapartida, outros indivíduos, por motivos objetivamente menos traumáticos, como por exemplo a perda de um posto no trabalho, desenvolvem um quadro depressivo avassalador. Dir-se-ia, pois, que no primeiro caso havia uma predisposição constitucional maior e um repertório farto de mecanismos defensivos, logo um potencial de saúde. No segundo caso, predisposição genética frágil aliada a uma história de vida com
maiores eventos traumáticos e adversidades tais, que não propiciaram a sedimentação de mecanismos adaptadores.