terça-feira, setembro 27, 2005

OS ENCANTOS DE SETE LAGOAS

Vista aérea de SETE LAGOAS (clique para visitar o site da cidade)
Além da agitada vida própria nos bairros, com suas, lojinhas, mercados e feiras, o coração da cidade pulsa em torno da LAGOA PAULINO. Ali, cafés, sorveterias, bares e o farto comércio, concentram a população.
Tudo aqui é moderno, bem acabado, mantido com cuidado.

Orla da Lagoa Paulino

MEUS AMIGOS DAQUI , ou O MELHOR DAQUI

O casal MARLI e VANDERLEI e as filhas ANGÉLICA eTHAÍS (fotos) foram meus primeiros amores nessa nova terra. São senhorios do prédio onde funciona minha loja. Mal me avistaram e tornaram-se muito mais do que isso: meus guias, minhas pernas, meus braços, minha bússola e meu coração.

Uso e abuso do colo dessa família !

A grande paixão deles é a casa de campo, onde cultivam um pouco de tudo, mas principalmente o carinho aos que chegam.

SÍTIO DA MARLI

Depois veio a CLÁUDIA (Cacau), cujo sorriso ilumina a senda à trilhar; a gargalhada inunda a sala, o bar e a alma. Cumplicidade e solidariedade é com ela !

Por último, conheci SONALE: Linda, meiga, divertida. Ela é arquiteta e prima pelo bom gosto. Sabeconvidar e receber como poucas pessoas !

Vou contar do ANIVERSÁRIO DE SONALE:

Sábado, 24 de setembro, comemorou essa data, com uma

festa, cujo tema foi “CABEÇA FEITA”

Cabia aos convidados ornamentarem, tão somente, a cabeça. Surgiram inusitados arranjos e caracterizações, num show de criatividade.
A noite maravilhosa, colaborou com os festejos que se realizaram nos jardins da casa, cuja decoração e iluminação eram perfeitas para a ocasião.

A casa da festa fica numa rua central, há poucas quadras da Lagoa principal.

Ao fundo do jardim, uma mesa em estilo rústico, sustentava um buffet de frios: batatinhas ao vinagrete, patês dos mais diversos sabores ,torradinhas coloridas, pãezinhos e um festival de embutidos. Delícias internacionais, com o tempero mineiro !
Do bar saiam coquetéis de diversas cores e o vapor do gelo seco dava aquela sensação refrescante pra uma noite quente.
Na pista, um DJ especialmente contratado, dava conta da animação, entre rock e dance, muito forró e samba.
Depois veio o jantar: no moderno e arrojado “fogão à lenha” ,Caçarolas de barro, exibiam o strogonoff de frango feito pela aniversariante , guarnecido de arroz branco e batata-palha.
Para finalizar, o indefectível parabéns e um bolo multicolorido, com chocolate, nata e tantos outros sabores. Dos deuses !!!!

AS FOTOS: (Festa CABEÇAS FEITAS)

*Clarissa de "cabeça feita"

*Sonale dança !

*Cacau e eu

*Rubens (Pupu) e Sonale

*Sonale eu

quarta-feira, setembro 21, 2005

PÓSTERO


Cláudio Sampaio (1972-2002)


“Ah, meus amigos, não vos deixeis morrer assim... O ano que passou levou tantos de vós e agora os que restam se puseram
mais tristes; deixam-se, por vezes, pensativos, os olhos perdidos em ontem, lembrando os ingratos, os ecos de sua passagem; lembrando que irão morrer também e cometer a mesma ingratidão.” (Vinícius de Moraes in “Amigos Meus”)


ENCONTRO

“...adoecer e morrer são ainda processos de viver
em que a pessoa se acha engajada.

Mas desvanecer-se,
deixar um buraco no mundo,
desaparecer no esquecimento
- isto é assunto bem diverso”

(Ernest Backer, in “A negação da morte”)



Combinamos de almoçar juntos no sábado.
Ele chegara de viagem e tinha as fotos de sua temporada de 35 dias em Miami,
Nova Iorque e Caribe, onde havia participado de várias feiras, montado os stands com um ajudante, apenas.
Foi bem sucedido em tudo e estava orgulhoso, com perspectivas
de promoção na empresa.
Comentei sobre seu ótimo aspecto; ele que sempre fora magro e pálido, havia ganho alguns quilos e as faces estavam rosadas.
Após o almoço fomos brindar em minha loja, com cafezinho e licor de ameixa, feito por mim e que ele adorava.
Pediu-me para deixá-lo em sua casa às 15 hs. Tinha que lavar umas roupas para novamente viajar para o Uruguai na segunda feira.
Morava só num apartamento antigo que ele gostava muito e à cada promoção eu assistia, cúmplice, as melhorias.
Pintara as paredes e o teto com estampas bizarras e dava tratos à bola para minha opinião.
Deixei-o em casa. Nos abraçamos ternamente pela última vez. No domingo o celular não atendeu.
Na segunda, imaginei-o no Uruguai, “vendendo seu peixe”. Assim foi na terça.
Eis que na quarta feira recebo um telefonema: Claudinho fora encontrado morto em sua cama.
Havia estado com os amigos , fazendo uma via-sacra pelos bares na madrugada de domingo.
Estava ótimo, todos disseram, tal como eu o havia deixado na véspera.
Entrou em casa por volta das cinco hs da manhã de domingo; trancou a porta e foi dormir...para sempre...
Patético desaparecimento ! Ficou um buraco no mundo ! Um buraco enorme no meu mundo !
Meu amigo partira aos 30 anos . As causas foram contraditórias: aneurisma, ou asfixia, ou sei lá o que !
Lembrei-me, então, de uma curta passagem entre o restaurante e a loja, enquanto caminhávamos lado a lado,
felizes pelo reencontro e eu rejubilada pelo seu progresso na vida e nos negócios.
Ele falou-me, como a me perguntar, que intuía uma grande mudança em sua vida, algo radical.
Não lhe dei ouvidos, afinal, mudava tanto mesmo; por duas vezes havia morado em Londres ,
conhecia quase o mundo todo, ademais, ariano tem uma tendência para fantasiar !
Ficou pra mim que ele estava se despedindo e sabia disso, o safado !


CARTA A UM GUERREIRO

Amigo de longas caminhadas
E penosas estradas.
Tua ausência
Neste mundo de terras e pedras
Esculpiu-te o busto,
Eternizando-te.

Aqueles que te acompanharam na jornada
Viram-te o sangue escorrer

Das feridas abertas.
Viram-te o esforço das mãos
Empenhadas no trabalho
De transformar velhas ruínas
Em templos de esperança

Aqueles que te conheceram a alma,
Em todos os seus matizes,
Do negro, de profundas tristezas da infância
À branca luz da bondade
Translúcida em tua face
Nesse jogo de luzes e cores
Em que te humanizavas,
Eras homem de verdade
Por jamais fugires à luta.
Soubeste honrar a dor de ser homem
Com a coragem dos guerreiros.
Amigo, meu coração te saúda !
Onde quer que te encontres,
Estarás sempre perto, pois és parte
Sólida da sofrida massa de que é feita
A história de cada um de nós.

Clarissa Enderle 13.07.02


“Da saudade na campa enegrecida
Guardo a lembrança que me sangra o peito,
Mas que no entanto me alimenta a vida”
(Augusto dos Anjos).

sexta-feira, setembro 16, 2005

SOBRE POEMAS

Paulo Leminski (1944-1989)

* Jornalista, poeta, escritor, músico e letrista, Paulo Leminski nasceu em Curitiba, Paraná, em 24 de agosto de 1944. Foi colaborador da revista Veja e cronista da Folha de São Paulo. Tem várias composições gravadas por Caetano Veloso, Moraes Moreira e a Cor do Som. Alguns romances, textos em prosa, novela e peça teatral. Uma obra considerável para sua curta existência.

*No site indicado abaixo da foto, encontra-se toda a extenção de sua obra. Na poesia destaco:

Melhores poemas de Paulo Leminski. (seleção Fréd Góes) Global, São Paulo, 1996.

um bom poema leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto
(Paulo Leminsk)



Eu queria tanto
ser um poeta maldito
a massa sofrendo
enquanto eu profundo medito
eu queria tanto
ser um poeta social
rosto queimado
pelo hálito das multidões
em vez
olha eu aqui
pondo sal

nesta sopa rala
que mal vai dar para dois.
(P.Leminski)



CATIVA

Encerras no teu íntimo meu espírito,
Do cativeiro ele contempla minha solidão;
Um corpo errante, tarefeiro, aflito,
Passa por ti mil vezes ambulante..
Uma voz falante sem que dês ouvidos,
Suplica a “palavra-chave” que teu peito abra.
E se isso for a morte ?
Pouco importa !
Min’alma liberta, então,
Erraria noutras direções,
Livre, enfim, mas para onde ?
Outra vez, rumo à solidão, te procuraria,
Sempre e cada vez mais,
Infinitamente a te buscar iria.

Carmen 1995



ÓH, BARCO...

Leva nuvens escuras, bizarras
evade-me de tantas amarras
liberta-me pra mares distantes,
Acalma desejos inconstantes;
ancora min’alma errante,
num solo onde se plante,
anseios,temores e dores
projetos,dejetos,amores.
Deixa--me numa praia deserta com frutos,flores,coberta
das bênçãos da natureza,

E que, em meio a essa beleza,
repousada de tamanha fadiga,
Agradeça ao Pai e bendiga
ser peregrina na vida !

Carmen-moreira

Em 30.05.2002


SINTONIA


Mais ou menos chovia,
Íamos juntos, sorrias
Este sorriso aberto,
Notei, estávamos perto
De revelar o tamanho,
De nosso amor tão estranho,
Como se fosse possível,
Ou mesmo fosse passível,
Mensurar felicidade.
Que doce ingenuidade !
Invadiu-me, então, a certeza
De quão rara era a beleza
das almas em SINTONIA .

CARMEN MOREIRA

15.04.96 PELOTAS-RS


SONHOS POSSÍVEIS

““Você penetrou no sonho
E caminhou através do macio
tapete de meu devaneio
com botas ferradas”

(anônimo)

Na derradeira hora você ainda faz jus à misericórdia!
Considere-se vitorioso por esta migalha !
Outra era a proposta,
Audaz demais para quem se finge soberano.
Desça do cavalo, tire as botas ferradas,
Caminhe descalço e experimente sentir-se firme no solo.
Quanto menos armas, mais leve a jornada.
Não havia ataque, pois. Nem motivo para ser defensivo,
Salvo contra si próprio;
Não havia alvo. Você atirou ao vento e a flecha voltou ao seu peito.
Não havia jogo, nem estratégia, nem pódio e você se viu despido de louros na arena.
Não havia máscaras no baile, tão somente a música e você não dançou no ritmo.
Não havia feitiço, apenas um sonho a ser perseguido na dura realidade e você evadiu para as facilidades da ilusão.
Não havia teatro, nem atores, nem texto e você protagonizou todo o tempo um inconsistente monólogo!
Por fim :
Você sonhou acima da altura da sua capacidade
e seu coração habita uma casa sem paredes:equivoco
no orçamento; má economia dos desejos, o que não
alcança os sonhos nascidos.


Carmen Moreira
22.05.2004


POETAS DA CASA

(clique abaixo das fotos para ver o Blog dos autores)

Josué Santos- Curitiba. Pr.

SONETO

Um dia raiva maldisse a vigília
Não queria dos sonhos me apartar
Longe, onde a vida é imaginar
E você, minha querida família.

Sorve minha existência farroupilha
No solo fendido por teu caminhar
Pois que urge nos fazer libertar
Longe de ti é a minha Bastilha


Mas logo mostrou-se a bela verdade
Não há distância nem separação
Entre as ilusões mora a saudade

Nós dois, meninos que não têm idade
Há sempre um jardim em meu coração
Onde brincaremos em liberdade.


Rubens Enderle- Sete Lagoas. Mg.

SONETO

I

Enquanto jazes em noturno leito,

Funérea alcova, no lar aquecida,

O sangue dos teus, em luta aguerrida,

Solo tebano encharca, desfeito.

Então o rei, a escravos afeito,

Com este decreto traz-te à vida:"

Do mesmo crime que o morto nascida,

Nego-te a ele o divino direito".

Tuas mãos não ferem, antes afagam,

O pó que lanças ao corpo insepulto

Do príncipe, cujo trono usurparam.

Assim deixas claro ao homem estulto,

Que Antígona a custo os homens governam,

E a tirano algum jamais prestas culto.

Clarissa Enderle e Lua- Sete Lagoas, MG

ORAÇÃO DOS CEGOS

Ó cegos de todo o mundo
Sejais nossos guias
Conduz-nos pela mão,
Amada Santa Luzia
Livra´-nos da cegueira profunda
Que de densas trevas nossa alma inunda.
Nosso espírito corrompeu-se
E o desejo de belas imagens
Escravizou-nos
Ó Santa Luzia
Restituí-nos a visão
Para o que é essencial
Ó Cristo
Untai nossos olhos
Com vossa sagrada saliva
Ó divino que nos habita
Tende compaixão de nós,
Mendigos de Vossa luz.

(Clarissa Moreira Enderle
Agosto de 2001 )



quarta-feira, setembro 07, 2005

SEREMOS OS MESMOS ?

"Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração....
Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais"
(Belchior)







RUBENS 1918-1973 (última foto)












ÍRIDE 1921-1984 (última foto)

Sobre eles, escrevi em 2001:

"....meu pai só trabalhava à tarde no BB e à noite na Universidade...

....O café vinha numa bandeja, na cama para os dois que ficavam conversando e rindo até quase meio-dia. Ela tricotava com lerdeza e perfeccionismo; ele ligava todos os aparelhos ao mesmo tempo, rádio, depois TV. Vários jornais desfolhados perto da cama. Ele estava por dentro de tudo e comentava com ela cada notícia. Penso que ela fingia escutá-lo, bastando ouvir-lhe a voz, os risos, as indignações.

Em sua solidariedade , creio que captava só o que lhe interessava, mas era "toda ouvidos" e ele, com sua deusa ao lado, era feliz!

(última foto juntos)

Meu pai amava as filhas, tenho certeza absoluta, mas para tudo, primeiro ELA. Sempre, antes, ELA !

Faziam bailes de carnaval em casa e consta que esses bailes não terminavam bem devido ao mútuo ciúme. Esse era o grande desentendimento ! ( que excelente motivo de briga é o ciúme para os casais !) . Ela o acusava de sorrir demais para determinada mulher e ele sempre via algum homem olhá-la demais. Nunca a acusou, no entanto, de corresponder a esses olhares.

(nos bailes de carnaval caseiros)

...que difícil a felicidade conjugal nos tempos que se seguiram, para quem presenciou esse exemplo ! Tudo depois deles me parece competitivo e mercantil ! Uma aura de falsidade e corrupção assolou a família. Os filhos, hoje, não se orgulham dos pais, antes os invejam e competem. Nossos filhos são filhos da concorrência . Assistem olimpíadas de competição entre seus pais; testemunham discursos inflamados no afã de ver quem pode e sabe mais ! O afeto passa pelo crivo da mensuração; pais e mães poluídos contagiam, com sua amargura, a vida desses inocentes, que, não raro, logo ali se tornam desconfiados e sestrosos de vínculos duráveis. Esse modelo, fatalmente, aponta para a dissolução ...."

(praia do Cassino) (Íride aos 20 anos. ) (RUBENS : desportista incurável)

Meu segundo livro,"Psicologia da adolescência", foi dedicado a eles.

(livro que dediquei)

(Eles comigo)

(dedicatória)

(casal Paulo e Túlia. Os melhores amigos !!)

Biografias:

RUBENS GOTUZZO MOREIRA, nasceu em Pelotas Rs, em 1918. Trabalhou no Banco do Brasil. Graduou-se em Ciências Econômicas , sendo docente daUniversidade Católica de Pelotas. Casou com Íride e teve 4 filhas.

Faleceu de acidente de trânsito em 1973, aos 54 anos, em Porto Alegre, para onde havia sido transferido como gerente do Banco Central,

ÍRIDE MARTINS MOREIRA, nascida em Pelotas, RS, em 1921. Casou-se com Rubens e foi sua companheira até sua morte. Sobreviveu a ela com muito esforço, vindo a falecer em 1984, aos 63 anos, após longa enfermidade. Deixou 4 filhas e 9 netos.

(As 4 filhas do casal: Carmen Maria, Maria Inês, Fernanda e Maria Cristina)

sexta-feira, setembro 02, 2005

TORTA DE MINHA AUTORIA E SUA HISTÓRIA


TORTA DOCE AMOR

Massa:
4 xic de farinha de trigo
4 xic de açúcar
8 ovos
8 colheres de água
1 colher fermento em pó
2 colheres de pó de gelatina sabor morango
Anilina rosa (gotas)

COMO FAZER: Bata açúcar com as gemas
Acrescenta farinha e aos poucos,
As colheres de água que deve ser aquecida
Pra desmanchar o pó da gelatina.
Bata as claras em neve e ponha o fermento nas claras
Misture tudo no final, delicadamente.
Coloque umas gotinhas de anilina rosa pra dar um tom
Rosa bebê à massa.
Untar a forma com gordura e farinha
Começar com fogo alto e ir baixando de 5 em 5 minutos.

RECHEIO: Uma lata de leite condensado
Uma lata de leite comum
3 gemas
Levar ao fogo pra engrossar mexendo sempre.
Um potinho de geléia de morango (Ritter é a melhor)
Desmanchar a geléia com água filtrada até que fique cremosa.

COMO MONTAR:
Cortar o bolo ao meio e recheiar com o creme e a geléia.
cobrir com o restante do creme, despejando a geléia por cima.
Enfeitar com moranguinhos (se tiver)

SERVIR GELADO !

HISTORINHA DA TORTA:
Essa torta eu inventei quando tinha uma pequena confeitaria com esse nome.
("DOCE AMOR -tortas"). Quase todas eram inventadas por mim, mas essa fez o maior sucesso. Ensinei, o Dr. Jaurés, meu então marido, a fazê-la e curiosamente, ele aprendeu tão bem que me superou. Passou, desde aí, a receber encomendas de seus amigos !
Quero, aqui, homenageá-lo:
Olhem ele aqui, todo arrumadinho, ao tempo em que FAZIA TORTAS ! Quem diria !!!