sábado, dezembro 14, 2013

PERGUNTAS SOBRE DEPRESSÃO II

 "Pela sua experiência clinica, qual fator pesa mais como determinante do quadro: hereditário ou social?"



                       Ao se falar em "fatores  etiológicos" (determinantes),  melhor referir-se a "predisposição hereditária" mais "favorecimento ambiental"; essa, então seria a 

EQUAÇÃO ETIOLÓGICA DA DEPRESSÃO:  Na minha experiência clínica, pois, considero fundamental a intervenção nos dois níveis, sendo que deve haver muito rigor na escolha da medicação, devido às idiossincrasias  (reações personalizadas ou  individuais)
         À nível social inclui a anamnese (história de vida ou biografia), mais o modus vivendis. Essa tarefa é bastante árdua porque implica em fazer duas investigações paralelas:  o quanto de predisposição orgânica o indivíduo traz em sua constituição e os episódios possivelmente traumáticos de sua trajetória, que tenham deflagrado, ou desdobrado o que já estava, de certa forma, em potencial.
    O exemplo mais corriqueiro para   que se entenda o peso de cada um desses fatores, é o fato de alguns indivíduos sofrerem grandes perdas, verdadeiras tragédias em suas vidas e acharem defesas para não sucumbir; seu arsenal de defesas permite que ele não venha a adoecer, não raro, sublimando o sofrimento, ou seja canalizando a frustração e dor para dedicar-se à causas verdadeiramente altruistas. Em contrapartida, outros indivíduos, por motivos objetivamente menos traumáticos, como por exemplo a perda de um posto no  trabalho, desenvolvem um quadro depressivo avassalador. Dir-se-ia, pois, que no primeiro caso havia uma predisposição constitucional maior  e um repertório farto de mecanismos defensivos, logo um potencial de saúde. No segundo caso, predisposição genética frágil aliada a uma história de vida com
maiores eventos traumáticos e adversidades tais, que  não propiciaram a sedimentação de mecanismos adaptadores.    

          
   


2 comentários:

Alvorecer disse...

Carmem li seus artigos sobre depressão, fui diagnosticada com depressão crônica ou maior me corrija se necessário, e aquela frase sua sobre não mencionar o inferno se não esteve nele , quando li nossa é bem isso , ja teve dias que me senti literalmente escalando as paredes do inferno com as mãos para sair dali, obrigada pelos artigos ajudam a gente entender , aceitar certas coisa e continuar a viver usando todos os recursos disponíveis para estar melhor ... um grande beijo :)

COISAS DE CARMEN disse...

Alvorecer, minha intenção é colaborar com esclarecimentos. Bom que pude trazer alguma luz pra vc. Hoje existem muitas saídas para esse problema e veja bem: um problema bem formulado, é um problema metade resolvido. Um beijo e tudo de bom!